21/02/2011

Jodhpur

 Na estrada, ao som de Rihanna, Beyonce e Marcelo D2, intercalados com músicas indianas, seguimos viajando com destino à Jodhpur. Estávamos bem e animados. Do lado de fora, presas ao retrovisor, uma peça íntima e uma camiseta secavam ao sol, se debatendo contra o vento. Esta cena se tornou comum desde que entramos no Rajastão. Era assim que o Red secava suas roupas, após lavá-las nos hotéis durante à noite. A medida que avançávamos, fomos percebendo a mudança da vegetação e o modo como as pessoas se vestiam. Homens usam roupas claras e imensos tubantes coloridos. Fiquei encantada com as mulheres! Agora, blusinhas curtas fazem parceria com amplas saias longas e esvoaçantes. Um véu bordado e transparente cobria-lhes os rostos. As cores gritavam de tão intensas, chegavam a ficar flúor. Muitas delas ousam  brincar contrastando os tons de uma forma lindamente escandalosa. Os acessórios em maior quantidade eram também mais extravagantes. Pircengs usados no nariz são grandes argolas douradas e ricamente trabalhadas. No braço, pulceiras se multiplicam e chegam ao cotovelo. Algumas ainda usavam largos braceletes. Duas tornozeleiras em cada perna, a primeira de prata toda trabalhada e a segunda ficava logo a cima, eram largos arcos dourados. Outra novidade, cintos de prata adornavam-lhes a cintura. Vimos várias mulheres trabalhando na duplicação das estradas. Algumas com picaretas, outras transportando areia e cascalho ou retirando pedras utilizando pequenas bacias apoiadas sobre a cabeça. Todas vestidas com seus trajes coloridos. Imagens encantadoras que demostram beleza, força e coragem!
 Essa região é famosa pelos mármores. Há montanhas e montanhas dessas e outras pedras. O comércio é forte e por isso gera um movimentado tráfego de caminhões. A todo tempo vê-se a extração nas montanhas e nas margens das estradas também se vê blocos, placas, estátuas, objetos feitos de pedras.
Paramos no meio da estrada para esperar o trem passar, aliás nós e vários caminhões e ônibus. Logo que abriu a cancela, houve um "embaraço". Todos queriam passar ao mesmo tempo, nos dois sentidos. Depois do "desembaraço" nosso motorista seguiu atrás de um ônibus que estava na contra-mão, ultrapassando vários caminhões. Lembram do que falei: eles nunca param. Então quando freiam de repente... meu amigo, pode rezar que a situação é feia! Nos vimos de frente com um caminhão, só não fomos "para o outro lado" porque não era o nosso dia e também porque eles são muito bons na arte de desviar.
Viajamos por várias horas e chegamos no início da noite em Jodhpur. Mais uma vez nosso motorista teve dificuldade de encontrar o hotel. Ele parava a cada cinco metros para pedir informações.
Nosso agente de viagem disse que havia feito outras reservas e que agora os hotéis seriam melhores. Acreditamos que seria assim...
Estávamos cansados e loucos por um banho quente. Quando entramos no quarto o desânimo foi geral. Os lençois além de sujos, tinham manchas estranhas. O banheiro fedia e para completar não tinha água.
Ligamos para o agente e brigamos... de nada adiantou...
Cansados e conformados, apenas pedimos para nos trocarem de quarto e também para trocar as roupas de cama.
Eles vieram com um lençol de solteiro e ficaram virando este em várias posições, tentando fazê-lo caber na cama de casal. Nós nos sentamos... calados... apenas observando...
Confesso que nesta hora tive vontade de chorar!
Por fim, pediram que esperássemos por cinco minutos... uma hora depois voltaram com lençois novos. Tiveram que comprar. Fiquei sabendo depois, que eles não têm costume de trocar roupas-de-cama, apenas balançam e esticam de novo para o próximo hóspede e... está pronto para usar... Ave!
Neste dia tudo que eu queria era um banho quente, mas a água não esquentou, então dormi sem banho mesmo. Deixei para tomá-lo no dia seguinte, antes de partir. Dormi mal, os quartos eram voltados para a rua movimentada e as buzinas só cesaram lá pelas duas da manhã.

A paisagem na estrada e também cenas dos vilarejos por onde passávamos.


Os turbantes coloridos dos homens e o colorido forte das roupas femininas

Reparem no colorido forte da roupa e no cinto de pura prata. Amei esse cinto! A senhora que está atrás veste uma túnica e uma ampla saia floral, também muito comum nessa região.

De novo, reparem na roupas das mulheres

Motoristas descansam na beira da estrada, após o almoço. Até o cachorro acompanha, tirando uma soneca. O Marcus aproveita a cama vazia e faz uma pose igualzinho a dos motoristas. Adorei tirar essa foto!

Mulheres trabalhando na duplicação das estradas



Turbantes coloridos

Campo com plantações de mostarda

Olhem bem lá no fundo, uma mulher trabalhando no campo. Elas colorem o lugar com suas roupas.

Caminhões com blocos de pedras.

Parada na estrada. O Red ( de camisa e calça azul ) resolve comer uma saladinha. Os vendedores sabem que os carros param para esperar o trem passar. Então montam seus comércios à beira da estrada.

Lá vem o trem...


Quando a cancela se abriu, tinha um caminhão à nossa frente. Ele estava na contra-mão.... enfim!

Olha aí o vai e vem de caminhões, o pior é o "vem" quando está bem à sua frente! Rs!

Entrando na cidade de Jodhpur







Vista da janela do nosso quarto, reparem na construção do prédio da frente, ao invés de tijolos eles usam pedras para levantar as paredes. Nessa região têm muitas pedras.


Um comentário:

Jack disse...

Nossa que loucura essa viagem...é "uma viagem" ... já fico desesperada com o trânsito de BH_MG, imagina esse tormento aí com vacas aos montes, mais parecem os motoboys nos corredores das avenidas daqui. Tudo isso é compensado pelo colorido mágico. Bjao