23/02/2011

Manvar The Desert Resort Camp

Só passamos uma noite em Jodhpur. No outro dia, estávamos novamente na estrada. A paisagem se tornava cada vez mais árida... lugares inóspitos. Estamos a caminho do deserto, perto da fronteira com o Paquistão.
Minha filha fez questão de nos levar ao Manvar The Desert Resort Camp. No passeio está incluído: um safari no deserto, andar de camelo, um jantar de gala e dormir em barracas.
Mas ao contrário disto, depois de horas de viagem, chegamos a um lugar estranho. Um cercado de mais ou menos 10x10m. com quatro pequenas barracas de cada lado. Areia de construção cobria o chão. Dois rapazes altos e muito magros, vieram nos receber. Logo chegou um terceiro, que queria nos fazer acreditar que ali era o camping que tínhamos que ficar. Eles tinham um certo "ar de deboche" estampado em suas caras.
Perguntamos ao Red onde estávamos e ele respondeu que este era o endereço que o agente de viagens havia lhe dado.
Não acreditamos... outro estress... mais telefonemas...
Por telefone o agente disse:
Qual o problema? Aí também têm barracas!
Agora, a ficha caiu mesmo!
Até então, só suspeitávamos!
Esse cara nos roubou.
Resolvemos seguir segundo nossos planos. Então, agora apelamos para outro guia de viagens da Índia, um livro grosso com várias dicas, ele nos mostrou o número do telefone do Manvar Resort. Ligamos e falamos que tínhamos feito uma reserva. O atendente disse o que já imaginávamos. A reserva havia sido cancelada. Perguntamos se era possível refazê-la e ele disse que sim. Então pedimos ao Red que seguisse viagem e nos levasse até lá. Ele não estava entendendo nada e ainda quis tomar um chai naquele lugar... rs!
Quase apanhou de todos nós! Rs!
Insistimos para sairmos dalí.  Ele ficou confuso. Tentamos explicar o ocorrido, mas foi inútil. Ele continuou não entendendo nada. Finalmente partimos. O silêncio nos acompanhou um bom tempo, enquanto percorríamos as estradas literalmente desérticas. Chegamos a ficar com receio se estávamos mesmo na direção correta. Durante alguns kilômetros não vimos uma "alma viva". Horas depois, chegamos ao Resort.
Deslumbre total!
Enquanto o recepcionista abria a porta do carro, ficamos feito bobos, olhando com emoção e encanto aquele lugar. Em um oásis, construíram o Resort. A construção tinha um estilo rústico e sofisticado ao mesmo tempo. Pedra e madeira faziam uma parceria perfeita. Os pisos da área externa feitos com lama e estrume, tinham desenhos num tom avermelhado com contornos brancos, isso os deixavam mais ricos e charmosos. Enquanto caminhávamos por um corredor coberto por pergolados e cercados por árvores altas, nossos ânimos foram se recompondo rapidamente. Pássaros exóticos passavam à nossa frente, pavões se exibiam ora caminhando, ora voando por entre as construções e jardins.
Antes mesmo de refazermos e pagarmos novamente nossa hospedagem, eles nos colocaram sentados em um pátio e nos serviram uma refrescante bebida à base de limão.
Mais tarde caminhamos para conhecer melhor o Resort. Estávamos felizes e continuávamos deslumbrados. Assim que o Red viu este lugar, imediatamente entendeu a causa da nossa decepção e revolta.
O almoço foi servido em outro espaço, igualmente lindo. Os móveis e objetos eram maravilhosos. Enquanto almoçávamos o Marcus olhou para cima e disse:
Olha o que agente vê por aqui!
Todos olhamos na mesma direção, tentando entender o tom de surpresa e encanto.
Um lindo e exuberante pavão caminhava livremente no alto do telhado coberto com piaçava.
Risos!
Aqui também encontramos uma indiana que falava muito bem nosso idioma. Ela morou por um tempo, em Belo Horizonte. Estava com a mãe. Simpática, elogiou muito nosso país.
Após o almoço, um jipe nos aguardava. Nos despedimos do Red que ficou no Resort. Tinhamos a nossa disposição, um outro motorista e um guia simpático e alegre. Ele usava um par de brinquinhos dourados com formato de florzinhas. Percebi que os homens dessa região usam esses brincos. Eu achava lindo!

A estrada "deserta"

Entrando no Resort

Pergolados de pedras, olha aí um pavão se exibindo. Lindo!


Um refresco, na chegada


As peças de cerâmicas estavam por todos os lados

Um bebedouro para pássaros

Para atrair boa energia, todas as casas e hotéis têm essas bacias com flores na entrada ou nos jardins internos.


Os gansos também ficam soltos pelos jardins


Reparem as cadeiras penduradas na árvore, lá no fundo (clique na foto para amplia-la )



O ratam é muito comum aqui

O piso desenhado das áreas externas

Indo para o espaço do restaurante


Mais bebedouros, apoiados sobre potes grandes





Uma "falsa" janela, ela estava pendurada como se fosse um quadro.







Nem tínhamos visto. Eles estavam tão quietos que pareciam fazer parte da moldura. Quando batemos a foto, reparamos que alguma coisa se movimentou, vejam quantos "bichinhos" nas molduras dos dois quadros. 


Partimos para um safari. A paisagem lembra a savana africana. Veados, antílopes, pavões e pássaros exóticos, são vistos a todo momento. Dunas de areias formavam imensas montanhas-russas. Cada descida era uma louca emoção. Nosso guia e o motorista se divertiam com nossas risadas e gritos.
Paramos para caminhar na areia, era fina e macia como pó-de-arroz, e muito fria, porque agora estamos no inverno. Paramos também em algumas aldeias, para conhecer as moradias e famílias que vivem aqui neste deserto. Amei estas visitas! Conhecer esses costumes tão distante dos nossos, foi muito interessante!
Pelo caminho em meio a terra árida, camponeses e pastores cuidavam de suas lavouras e criações. Crianças lançavam amendoins quando passávamos... Lindo!
Conhecer o camping foi outra surpresa boa. As barracas são espaçosas e cuidadosamente bem arrumadas. Tudo limpo, roupas-de-cama brancas e cheirosas. Como à noite a temperatura cai, eles têm o cuidado de colocar várias bolsas de água quente entre o lençol e o edredon, assim sua cama fica aquecida e prepada para uma boa noite de sono. A barraca também tem aquecedor, no caso de esfrie muito. O banheiro é fantástico, aqui tomei o melhor banho quente até então.
À noite fomos convidados para assistir um show de músicas e danças típicas da região. Almofadas fofas estavam sobre a areia fina, elas aguardavam os convidados. Mesinhas foram distribuídas à frente. Fogueiras  aqueciam o espaço. Depois de acomodarem todos os hóspedes, iniciou-se o show com músicas. Para mim, o rítmo era muito parecido com o das músicas árabes. A todo momento, éramos servidos com petíscos e bebidas. Adoramos vinho, e por isso esta foi a nossa escolha. Estávamos nós e mais vinte hóspedes, a maioria eram americanos. As músicas tinham um rítimo agitado, talvez por este motivo não conseguíamos parar de movimentar nossos corpos. Na verdade, não só o rítimo da música como também o sangue latino com uma pitada de sangue árabe, italiano, espanhol e uma boa quantidade de vinho, contribuíam para o agito. As dançarinas usam blusinhas e amplas saias pretas com bordados fortemente coloridos e salpicado com vários espelhinhos cintilantes que reluzíam enquanto elas movimentavam. Lindo!
Num dado momento, elas nos puxaram para o centro... aí o sangue ferveu mesmo! Rs!
Então... dançamos com as dançarinas do Rajastão!
Quando a Ananda "soltou" algumas frases em hindi, aí sim é que as dançarinas se encantaram com ela e se empolgaram mais ainda.
Ao som da música... um pouco de vinho na cabeça... e um estado de felicidade bom... por aqueles poucos minutos, nada mais parecia existir!
Mais tarde, no restaurante, uma tenda gigante com várias mesas cuidadosamente arrumadas, serviram o jantar.
Dormi sozinha na "minha barraca das mil e uma noites"... no meu caso, "uma noite". Espero voltar para completar as outras mil. Pela manhã, meu café foi servido no quarto, com direito a mordomo e tudo mais! Muito chic!
Depois fomos andar de camelo. Não conseguia parar de rir. Eles rebolam muito e você rebola junto. De volta ao Resort, encontramos novamente o Red, que já nos aguardava com nossas bagagens no carro.
Recomendo esse passeio! Amei!

A Vegetação da região

Aldeia


Montanha-russa de areia


Nosso motorista

Nosso guia

Nalini, eu e Ananda

Crianças do deserto



Olha a cara de felicidade do Neto







Os camelos usam colares, brincos, vários adornos

O restaurante



A barraca



O banheiro

O show



Pena que as fotos da noite não ficaram boas


 

3 comentários:

Anna Lídia disse...

oi tia joia flor ?
nossa estava morrendo aqui com vontade de ver as fotos , nossa tia pra mim essas foram as postagens mais lindas q vc fez meu bem , cada detalhe tao pequeno q faz a diferença ne , lugar parece com o ar tao fresco gostei tia
bjus meu anjo
annalidia_lasmar@hotmail.com

RENATA disse...

Adorei!Viajei com você.Poste mais,please!Sou jornalista,por isso afeita a descrições,detalhes,imagens.rs Estou amando!!

Dayse disse...

LINDO. Fico no aguardo de sua visita e das fotos, estou viajando com vcs.
Bjs