02/10/2012

O passado presente

Sete de Setembro, o dia acaba de acordar. Reflexos amarelados do sol que começa a despertar entram pela janela do meu quarto de hotel e me convidam para um passeio pela minha cidade natal. Estou em Bambuí, uma cidadezinha que fica perto de Belo Horizonte. Aqui eu nasci e logo me mudei. Voltei quando tinha nove anos e fiquei até os quatorze. Por cinco anos convivi e desfrutei da companhia de meus queridos avós, tios, primos e amigos. Neste lugar, fui ao meu primeiro baile... e a muitos outros depois. Conheci meu primeiro amor... meu primeiro namorado... e muitos outros depois. Tive meu primeiro trabalho, minha primeira calça jeans, meu primeiro soutiens... e muitos outros depois...
Cinco anos e muitas recordações.
Ainda na cama, observo a janela enquanto ouço um leve toque na porta.
-Vamos!
Reconheço a voz da minha irmã.
-Estamos te esperando!
-Estou indo. Respondo.
Eu e minhas irmãs havíamos combinado, no dia anterior, fazer um passeio pela cidade. Rever a casa onde moravam nossos avós, a casa onde moramos, a ferrovia, a praça e fazer algumas visitas aos tios.
No carro, minha irmã ficava com uma mão agarrada ao volante enquanto a outra apontava os lugares que nos faziam reviver um tempo que a muito já estava embrulhado e guardado em nossas lembranças. Percebo que alguma parte de mim ficou presa aqui e aqui para sempre vai estar. Talvez parte da minha alegria infantil, boas lembranças e sonhos ingênuos... A muito tempo não me sentia tão próxima do passado. Era uma sensação estranha... uma mistura de algo bom recheado de pura melancolia.

Durante muitos anos, o sobrado foi a pensão da minha tia. Me encanta os detalhes da arquitetura simples.



 
 
 
 
A estação ferroviária era um lugar por onde sempre passávamos. Indo para casa de nossos avós costumávamos atravessar entre os vagões. Hoje está totalmente abandonada. Mas, aos meus olhos, o lugar continua lindo e cheio de boas recordações. Aproveitei para fotografar minha sobrinha.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minhas irmãs não acreditaram quando fotografei esse lugar. Mas, pensando bem, não é lindo reaproveitar um vaso sanitário para plantar amarílis. 
 
Detalhes 
 
O carro exibe abacaxis na praça 
 
O coreto 
 
 
 
A moça que vende cupcake
 
A moça que tem o sorriso mais lindo que já vi. Mas o bebê... 
 
O bebê também tem o sorriso lindo. 
 
O desfile das escolas - 7 de Setembro - A fanfarra
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As balizas de fanfarras 
 
 
 
 
 
Detalhes de alpendres
 
 
 
O sobrado que minha irmã morou assim que se casou.
 


 

2 comentários:

Milena disse...

Perdi a fala...
Você me conhece,isso é quase impossível!!!
Tantas coisas me vieram a cabeça também,a última vez que estive em S.J.del Rei foi assim.Voltei feliz e melancólica...para dizer a verdade,amiga,saí de lá chorando!!!
E querendo ua vida simples,uma casa com cozinha e varanda,mato,enfim,fui picada pelo Bichinho,se lembra??
bjs
adoro,simplesmente adoro esses posts,como me identifico!!!

Rosangela disse...

A pouco tempo estive em Araçatuba e tive a opotunidade de fotografar lugares que passei minha infancia é um misto de felicidade e melancolia como você disse .
Entendo perfeitamente seu sentimento por esse lugar tão encantador ,afinal eles contam um pouco da nossa historia impossivel não se emocionar bjs.