06/04/2011

Terceiro dia no "Spa"


Em poucos dias que estamos aqui, já estamos criando rituais.  Passar pela varanda pela manhã e tomar um uma xícara com água morna com gotas de limão e mel, sentar para um breve café da manhã e tão breve quanto é a troca de palavras com os demais "pacientes". Caminhar até a clínica e receber as massagens ou outros procedimentos. Todos os dias, nossos organismos são revigorados através da ingestão de chás mornos e de alimentos adequados e saudáveis. Devagar, esses rituais nos fazem aprender mais sobre o nosso próprio corpo e sobre os nossos doshas ou "personalidades". Experimentamos tratamentos milenares, seguindo o mesmo processo semelhante ao da Índia.
Noutro dia, em uma sala, deitada sobre a maca, ouço o silêncio, enquanto sinto o suave aroma de rosas vindo de algodões úmidos que descansam sobre os meus olhos. Estou totalmente relaxada após passar por uma sessão de massagem. Imediatamente, ainda deitada, inicia-se outro procedimento. Um leve fio de um líquido morno cai sobre minha testa e desliza por entre meus cabelos (Shirodhara).  A sensação é de afago de uma pessoa amada. Estou tão em paz que penso estar em comunhão com Deus. Sinto meus cabelos embriagados por esse líquido morno. Mas não me importo, também estou embriagada de paz e isso me faz bem. Ouço uma voz chamando pelo meu nome. Sou arrebatada do meu paraíso interno e volto para este mundo, ainda meio entorpecida. A terapeuta me conduz até a sauna. É preciso transpirar, diz ela. Esse processo se chama Swedana. Não gosto muito de saunas, mas hoje estou tranquila demais para me importar. Em seguida, recebo uma oleação nas narinas e nos ouvidos (Nasya), acompanhada de uma deliciosa massagem no rosto. Pouco depois, espero pelo "comandante", deitada em uma maca pronta para participar de outra batalha. Na verdade, não sei  se estou pronta, mas me jogaram na linha de frente. Agora a limpeza é intestinal (Basti), com uma novidade, no lugar do copinho americano, uma sonda faz sua primeira aparição. A batalha é rápida e logo termina. Mais uma vez, sinto que cumpri o meu papel.

Um comentário:

Terapeuta Cladmira disse...

Olá!
teus relatos tem o poder de me transportar nos teus sentidos,
gostaria, se possivel saber mais desta terapia.
obrigada