Vou mostrar para vocês a casa que mencionei no último post. Ela fica na zona rural de Konkan e pertence a um fazendeiro que é tio de uma das mulheres indianas que nos acompanha. É interessante ver o despojamento, a simplicidade quase monástica dessas moradias, pelo menos as que conheci até agora. Igualmente interessante saber como fazem uso de alguns materiais que de uma certa forma são inusitados para nós. Costumes tão diferentes e tão distantes da nossa realidade nos faz encantar com coisas consideradas simples para eles.
Na entrada, flores sendo preparadas para rituais espirituais. Elas são oferecidas às Divindades. Isso é muito comum aqui, todas as residências e comércios têm oratórios com flores, incenso e velas.
As letras pintadas na fachada da casa indicam o sobrenome da família, isso também é muito comum aqui na Índia.
Os sapatos sempre ficam do lado de fora, assim evita levar para dentro a sujeira da rua.
O piso da varanda foi feito com uma mistura de lama e estrume, o teto de palha é retirado na época das chuvas.
Ao lado da varanda um lugar onde antes funcionava um depósito para armazenar os grãos. Nas paredes, pequenos nichos guardavam estatuetas das Divindades, uma espécie de proteção e agradecimento aos Deuses pelos alimentos colhidos. Hoje esse espaço está em ruínas, construíram um novo nos fundos.
Potes grandes com água fresca também estão por toda parte, dentro e fora da casa. Nas ruas também se vê vários deles e qualquer pessoa pode saciar sua sede. Mas um conselho: quando estiver aqui na Índia é bom não arriscar bebê-las. Beba somente água mineral.
Objetos de uso doméstico ficam presos ou encostados na parede perto da porta da cozinha. As vassouras sem cabo ( elas nunca têm cabos ) fazem companhia para as pequenas bacias ou cestos, esses têm um papel fundamental no dia-a-dia, são usados para todo o tipo de trabalho, inclusive os mais pesados. Só não entendo por que não usam carrinhos-de-mão... enfim!
Um pequeno "altar"ou "oratório" no quintal, não existe uma casa ou um lugar por aqui que não tenha um, mesmo que seja rústico como esse aí.
Do lado de fora, nos fundos, trabalhadores transitam com cestos cheios de cactos, eles usam essas plantas para fazer cercas-vivas nos limites da propriedade, isso evita a saída dos animais domésticos e ao mesmo tempo a entrada de animais selvagens.
Reparem no traje da senhora que faz todo o trabalho doméstico da casa. Essa forma de usar o sari passando-o por entre as pernas, demonstra sua função. Ela nos serviu o chai, caminhando com passos firmes, quase nunca olhava para nós. Quando agradecíamos por nos servir, assustada arriscava um olhar de estranheza e ao mesmo tempo de doçura.
Dentro, os cômodos são grandes, pouquíssimos móveis, só o necessário como: camas, cabideiros e quadros com imagens de Divindades e uma foto do casal. Outra curiosidade, as paredes da casa foram feitas com uma mistura de lama e rapadura. Não entendi bem, mas foi o que disseram. O dono, um senhor de 97 anos, lúcido e disposto, fez questão de me mostrar a casa. Que figura!
Olha aí o quarto dele e da esposa, paredes rústicas, apenas duas camas juntas, um nicho grande na parede repleto de troféus e algumas roupas. Do lado das camas um nicho pequeno com uma garrafa e um outro logo acima da cabeceira.
Em alguns cômodos vê-se ladrilho hidráulico no piso.
Quadros na parede da sala, logo na entrada. Eles adoram a cor rosa, dizem ser a cor do amor. Aqui também tem como móveis apenas duas camas de solteiro juntas e nichos nas paredes. É o único cômodo que tem forro no teto.
A sala de banho é grande e fica ao lado da cozinha. Na verdade também não entendi como funciona tomar banho nesse "buraco" aí... enfim!
A cozinha tem armários abertos e possui uma geladeira, coisa rara por aqui!
As grades nas janelas evitam que macacos entrem.
Outra raridade, uma TV, só não vi o sofá ou qualquer outro móvel onde se possa sentar para assisti-la. Imagino que seja de cócoras... será!?
Por falar em sofá, o único lugar em que vi um foi na casa de um dos casais que está aqui conosco. Todas as outras casas que visitei até agora, tinham apenas uma ou duas camas de solteiro na sala.
Na entrada, flores sendo preparadas para rituais espirituais. Elas são oferecidas às Divindades. Isso é muito comum aqui, todas as residências e comércios têm oratórios com flores, incenso e velas.
As letras pintadas na fachada da casa indicam o sobrenome da família, isso também é muito comum aqui na Índia.
Os sapatos sempre ficam do lado de fora, assim evita levar para dentro a sujeira da rua.
O piso da varanda foi feito com uma mistura de lama e estrume, o teto de palha é retirado na época das chuvas.
Ao lado da varanda um lugar onde antes funcionava um depósito para armazenar os grãos. Nas paredes, pequenos nichos guardavam estatuetas das Divindades, uma espécie de proteção e agradecimento aos Deuses pelos alimentos colhidos. Hoje esse espaço está em ruínas, construíram um novo nos fundos.
Potes grandes com água fresca também estão por toda parte, dentro e fora da casa. Nas ruas também se vê vários deles e qualquer pessoa pode saciar sua sede. Mas um conselho: quando estiver aqui na Índia é bom não arriscar bebê-las. Beba somente água mineral.
Objetos de uso doméstico ficam presos ou encostados na parede perto da porta da cozinha. As vassouras sem cabo ( elas nunca têm cabos ) fazem companhia para as pequenas bacias ou cestos, esses têm um papel fundamental no dia-a-dia, são usados para todo o tipo de trabalho, inclusive os mais pesados. Só não entendo por que não usam carrinhos-de-mão... enfim!
Um pequeno "altar"ou "oratório" no quintal, não existe uma casa ou um lugar por aqui que não tenha um, mesmo que seja rústico como esse aí.
Do lado de fora, nos fundos, trabalhadores transitam com cestos cheios de cactos, eles usam essas plantas para fazer cercas-vivas nos limites da propriedade, isso evita a saída dos animais domésticos e ao mesmo tempo a entrada de animais selvagens.
Reparem no traje da senhora que faz todo o trabalho doméstico da casa. Essa forma de usar o sari passando-o por entre as pernas, demonstra sua função. Ela nos serviu o chai, caminhando com passos firmes, quase nunca olhava para nós. Quando agradecíamos por nos servir, assustada arriscava um olhar de estranheza e ao mesmo tempo de doçura.
Dentro, os cômodos são grandes, pouquíssimos móveis, só o necessário como: camas, cabideiros e quadros com imagens de Divindades e uma foto do casal. Outra curiosidade, as paredes da casa foram feitas com uma mistura de lama e rapadura. Não entendi bem, mas foi o que disseram. O dono, um senhor de 97 anos, lúcido e disposto, fez questão de me mostrar a casa. Que figura!
Olha aí o quarto dele e da esposa, paredes rústicas, apenas duas camas juntas, um nicho grande na parede repleto de troféus e algumas roupas. Do lado das camas um nicho pequeno com uma garrafa e um outro logo acima da cabeceira.
Em alguns cômodos vê-se ladrilho hidráulico no piso.
Quadros na parede da sala, logo na entrada. Eles adoram a cor rosa, dizem ser a cor do amor. Aqui também tem como móveis apenas duas camas de solteiro juntas e nichos nas paredes. É o único cômodo que tem forro no teto.
A sala de banho é grande e fica ao lado da cozinha. Na verdade também não entendi como funciona tomar banho nesse "buraco" aí... enfim!
A cozinha tem armários abertos e possui uma geladeira, coisa rara por aqui!
As grades nas janelas evitam que macacos entrem.
Outra raridade, uma TV, só não vi o sofá ou qualquer outro móvel onde se possa sentar para assisti-la. Imagino que seja de cócoras... será!?
Por falar em sofá, o único lugar em que vi um foi na casa de um dos casais que está aqui conosco. Todas as outras casas que visitei até agora, tinham apenas uma ou duas camas de solteiro na sala.
4 comentários:
Minha querida, seus posts estao sendo maravilhosos! Voce descreve tao bem tudo o que ve, contando as estorias em pequenos detalhes... Estou viajando com voces.
As fotos tambem estao super legais!
Mas nao sei se essa viagem seria p/ mim... Nao gosto de terra no pe, nem de ruas de terra, ou banheiros sem papel-higienico, hi hi hi. Mas via Atelie Gaaya eu topo tudo!
Abracos
nossa tia q diferente
mais amei
bjinhos
O que falta nos blogs é justamente essa descrição das cotidianidades...Isso é tão interessante,principalmente quando vc lança seu olhar estrangeiro(que é o nosso tb)sobre outras culturas.Tô fuxicando aqui todos os dias,em busca de uma passagem para a índia.Obrigada!
Muito bom seu olhar e descrição, parece que estamos aí tb, consigo imaginar essa aventura, porque esse mundo completamente diferente só pode ser encarado assim.
bjs
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