Hoje pela manhã partimos de Pune. Minha filha Ananda e o Marcus seguem viagem conosco. Eles já encerraram suas atividades por aqui. Por seis meses ela aperfeiçoou seus conhecimentos na área da medicina ayurvédica. Ayurveda é um dos mais antigos sistemas de Medicina da humanidade. Existe a mais de 7 mil anos e continua a ser a medicina oficial na Índia. Durante esse tempo estudou com renomados professores ayurvédicos e complementou com estágios em hospitais públicos e particulares. Agora eles irão nos acompanhar em algumas viagens, depois seguem para o sul da Índia, onde ela continua os estudos por mais dois meses e ele vai se dedicar ao aprendizado da culinária indiana. Logo voltam ao Brasil. Não vejo a hora!
Dizem que é a cidade viva mais antiga do mundo. Chegamos à Varanasi também conhecida como Benares e Kashi. Nosso motorista teve um certo trabalho para acomodar nossas bagagens, que eram muitas. Depois de empilha-las e amarra-las no bagageiro, seguimos passando pelos campos e campos dourados pela florada das plantações de mostarda. Casinhas simples feitas com lama e estrume abrigavam os camponeses, suas vacas, cabras e búfalos. Quase todos os animais usavam mantos sobre o pêlo, o objetivo era aquecê-los, o frio estava intenso. Eles fazem uma espécie de bolacha com o estrume, deixam secar e utilizam como "combustível" fazendo pequenas fogueiras, onde homens, crianças e animais se aquecem. Vi várias bolachas de estrume secando nos tetos das casas, nos muros, no chão, durante todo o nosso percurso. Minutos depois, lá estávamos nós seis e mais o motorista em um carro carregado de malas, percorrendo o centro movimentado da cidade de Varanasi, em meio a um trânsito louco e barulhento. Tipo "tudo junto e misturado". Aliás esse título é perfeito para Índia. Muitas pessoas, motos, bicicletas, carros, ônibus, rikishós e agora acrescentado pelos tuc-tucs, turistas, vacas, búfalos e macacos. Sem falar nos guardas de trânsito com cacetetes de bambu, ficam em meio ao movimento louco, só não entendi bem qual a finalidade... enfim!
Difícil foi sair dessa muvuca e quando conseguimos, lá estávamos nós passando novamente pelos campos de mostarda, pelos vilarejos, até chegarmos já à noitinha, em um tranquilo e silencioso ashram de um Pandit astrólogo, amigo do meu marido.
Fomos bem recebidos e para nossa surpresa as acomodações eram ótimas. Tudo limpo, bem cuidado e o "serviço de quarto" excelente. Na manhã seguinte acordamos cedo e participamos de uma cerimonia sagrada que durou cinco horas. Ao som de mantras entoados por vários Pandits, me sinto bem e em paz.
Estávamos apenas nós e duas argentinas hospedadas aqui. Por ser uma zona rural, pudemos desfrutar do silêncio e sossego, coisa rara até então.
No final da tarde tomamos um chá no jardim, na companhia de um casal convidado do Pandit. Ela médica nutricionista ( 81 anos ), ele cientista ( 86 anos ). Impressionante a lucidez e a energia dos dois. Ela nos disse que faz ioga a 25 anos sem falhar nem um só dia. Depois deste encontro agradável, nos agasalhamos bem e entramos no carro, seguimos rumo ao Ganges...
Nosso motorista e as bagagens
Plantações de mostarda
"Bolachas de estrume" secando em cima do telhado e no chão
Aqui elas secam na parede e no chão
Centro de Varanasi
O portão de entrada do Ashram. Fios com cravos frescos adornavam a entrada, o colorido forte chama a atenção
O quarto
A cerimônia
O casal
Perto do Ashram
Templo dentro da universidade de Varanasi
Nosso motorista nos deixou nas margens do rio Ganges. Entramos em um barco que se movia vagarosamente, ouvia-se só o ronco do motor. Sob uma neblina e com um frio de doer os ossos, imagens iam se desvendando misteriosamente diante de nossos olhos. Construções milenares com suas escadarias que levam ao rio, rituais de cerimonias sagradas, cenas de crematórios, crianças brincando, barcos chegando...
Cheiro de incenso, cheiro de óleos usados nos crematórios... cheiro de morte... cheiro de vida...
Tento pensar numa palavra para definir tudo isso... não consigo... a sensação que tive é que eu estava em "outro mundo", sabe aquele além "túnel"? Em outro plano... Acho que a neblina ajudou a reforçar essa idéia.
É estranho como esse ambiente, essas cenas mexem conosco. Meu marido e minhas filhas já conheciam todos esses lugares, mas para mim, o Neto e o Marcus tudo era novo... todos estavam calados... estranho, só se ouvia o silêncio...
No dia seguinte, tiramos a manhã para descansar. Após o almoço o carro já nos esperava para um tour pela cidade. Fomos até o Templo de Parvati, que fica dentro da universidade de Varanasi - Banaras Hindu University - depois seguimos para o centro da cidade, onde nosso motorista nos deixou. De novo estávamos em meio a muvuca. Como aqui é inverno escurece rápido e o frio continua intenso. Em uma rua de duas vias superlotada com lojinhas coladas uma ao lado da outra, meu marido ia na frente abrindo caminho e nós o seguíamos. O barulho era ensurdecedor, mal podíamos ver as lojas, atentos ao trânsito e também para não nos perdermos. Muitos pedintes, os comerciantes não te deixam à vontade para olhar, são insistentes. Olhar para onde pisa também é necessário, lama, fezes, escarros... aqui logo, logo também aprendemos a arte de desviar...Rs!
Vimos saris maravilhosos com bordados lindíssimos, mas só paramos para comprar pulseiras, colares e essências. Voltamos exaustos. No dia seguinte partimos para Delhi.
Alguns pontos de luz que se vê ao longe são crematórios, outros são de rituais sagrados.
Rituais sagrados
Ao longo do tempo,vários barcos vão se aproximando para assistir os rituais
Dizem que é a cidade viva mais antiga do mundo. Chegamos à Varanasi também conhecida como Benares e Kashi. Nosso motorista teve um certo trabalho para acomodar nossas bagagens, que eram muitas. Depois de empilha-las e amarra-las no bagageiro, seguimos passando pelos campos e campos dourados pela florada das plantações de mostarda. Casinhas simples feitas com lama e estrume abrigavam os camponeses, suas vacas, cabras e búfalos. Quase todos os animais usavam mantos sobre o pêlo, o objetivo era aquecê-los, o frio estava intenso. Eles fazem uma espécie de bolacha com o estrume, deixam secar e utilizam como "combustível" fazendo pequenas fogueiras, onde homens, crianças e animais se aquecem. Vi várias bolachas de estrume secando nos tetos das casas, nos muros, no chão, durante todo o nosso percurso. Minutos depois, lá estávamos nós seis e mais o motorista em um carro carregado de malas, percorrendo o centro movimentado da cidade de Varanasi, em meio a um trânsito louco e barulhento. Tipo "tudo junto e misturado". Aliás esse título é perfeito para Índia. Muitas pessoas, motos, bicicletas, carros, ônibus, rikishós e agora acrescentado pelos tuc-tucs, turistas, vacas, búfalos e macacos. Sem falar nos guardas de trânsito com cacetetes de bambu, ficam em meio ao movimento louco, só não entendi bem qual a finalidade... enfim!
Difícil foi sair dessa muvuca e quando conseguimos, lá estávamos nós passando novamente pelos campos de mostarda, pelos vilarejos, até chegarmos já à noitinha, em um tranquilo e silencioso ashram de um Pandit astrólogo, amigo do meu marido.
Fomos bem recebidos e para nossa surpresa as acomodações eram ótimas. Tudo limpo, bem cuidado e o "serviço de quarto" excelente. Na manhã seguinte acordamos cedo e participamos de uma cerimonia sagrada que durou cinco horas. Ao som de mantras entoados por vários Pandits, me sinto bem e em paz.
Estávamos apenas nós e duas argentinas hospedadas aqui. Por ser uma zona rural, pudemos desfrutar do silêncio e sossego, coisa rara até então.
No final da tarde tomamos um chá no jardim, na companhia de um casal convidado do Pandit. Ela médica nutricionista ( 81 anos ), ele cientista ( 86 anos ). Impressionante a lucidez e a energia dos dois. Ela nos disse que faz ioga a 25 anos sem falhar nem um só dia. Depois deste encontro agradável, nos agasalhamos bem e entramos no carro, seguimos rumo ao Ganges...
Nosso motorista e as bagagens
Plantações de mostarda
"Bolachas de estrume" secando em cima do telhado e no chão
Aqui elas secam na parede e no chão
Centro de Varanasi
O portão de entrada do Ashram. Fios com cravos frescos adornavam a entrada, o colorido forte chama a atenção
O quarto
A cerimônia
O casal
Perto do Ashram
Templo dentro da universidade de Varanasi
Nosso motorista nos deixou nas margens do rio Ganges. Entramos em um barco que se movia vagarosamente, ouvia-se só o ronco do motor. Sob uma neblina e com um frio de doer os ossos, imagens iam se desvendando misteriosamente diante de nossos olhos. Construções milenares com suas escadarias que levam ao rio, rituais de cerimonias sagradas, cenas de crematórios, crianças brincando, barcos chegando...
Cheiro de incenso, cheiro de óleos usados nos crematórios... cheiro de morte... cheiro de vida...
Tento pensar numa palavra para definir tudo isso... não consigo... a sensação que tive é que eu estava em "outro mundo", sabe aquele além "túnel"? Em outro plano... Acho que a neblina ajudou a reforçar essa idéia.
É estranho como esse ambiente, essas cenas mexem conosco. Meu marido e minhas filhas já conheciam todos esses lugares, mas para mim, o Neto e o Marcus tudo era novo... todos estavam calados... estranho, só se ouvia o silêncio...
No dia seguinte, tiramos a manhã para descansar. Após o almoço o carro já nos esperava para um tour pela cidade. Fomos até o Templo de Parvati, que fica dentro da universidade de Varanasi - Banaras Hindu University - depois seguimos para o centro da cidade, onde nosso motorista nos deixou. De novo estávamos em meio a muvuca. Como aqui é inverno escurece rápido e o frio continua intenso. Em uma rua de duas vias superlotada com lojinhas coladas uma ao lado da outra, meu marido ia na frente abrindo caminho e nós o seguíamos. O barulho era ensurdecedor, mal podíamos ver as lojas, atentos ao trânsito e também para não nos perdermos. Muitos pedintes, os comerciantes não te deixam à vontade para olhar, são insistentes. Olhar para onde pisa também é necessário, lama, fezes, escarros... aqui logo, logo também aprendemos a arte de desviar...Rs!
Vimos saris maravilhosos com bordados lindíssimos, mas só paramos para comprar pulseiras, colares e essências. Voltamos exaustos. No dia seguinte partimos para Delhi.
Alguns pontos de luz que se vê ao longe são crematórios, outros são de rituais sagrados.
Rituais sagrados
Ao longo do tempo,vários barcos vão se aproximando para assistir os rituais
5 comentários:
Olá, que viagem maravilhosa, cada vez que venho aqui me encanto mais, a cerimônia foi fantástica, aqueles fios de cravos frescos, me apaixonei!!
Beijos e continue nos presenteando, com sua viagem que tb é nossa!
oi tia entrei hj no computador exclusivamente para ver suas fotos , claro. Tia q lugares direferntes, plantaçoes q lindoo TUDO MUITOO BOMM a q bom q vc gostou da viagem fico feliz por vc !!! bjinhos tia e-mail annalidia_lasmar@hotmail.com
Ai que legal, estou me sentindo aí. Vejo que sempre tem flores enfeitando as casas e os altares mas não vejo muito verde e muitos jardins pelas cidades. Tem muitas floriculturas? bjs. mamélia
Tb estou adorando esse passeio, a sua percepção e descrição não poderiam ser mais claras.
Bjs
COMECEI ARQUIVANDO TEXTOS E FOTOS PARA ILUSTRAR ALGUNS TRABALHOS AQUI NA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO... SUCESSO, QUERO TER TEMPO PARA CONTINUAR. BEIJAO
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